Sabe quando bate aquela dorzinha, lá no fundo do coração e dai surgem aqueles pensamentos incômodos:
- E se eu tivesse feito diferente?
- E se eu tivesse falado outras coisas?
- E se eu tivesse telefonado, feito sinais de fumaça, gritado em via pública...?
Então, às vezes deito na cama, o tempo passa - eu olhando pro teto - fico bolando mil outras maneiras - mil outras ilusões - e assim, mudo o desfecho de tudo quanto me causa amargura.
Realmente, a vida sempre é mais ou menos daquilo que queremos...
Não resolve ficar fantasiando desfechos diferentes.
Isso dói: pensar nas coisas que não foram...
Mas se as dores persistem, o que importa no fim das contas, é que a vida continua.
Nada vai mudar no mundo por conta das coisas - materiais ou não - que eu quis e não pude ter, por minha culpa ou não.
Viver é preciso.
E o tempo...
Que grande benção que é o Tempo...
Tudo ameniza, tudo diminui e por fim, enterra as dores no sepulcro do esquecimento.
Esta é a única certeza infalível da vida: nada dura pra sempre, nem alegria, nem dor, nem amargura, nem raiva, nem saudade...
A maioria das pessoas costuma achar, que conformar-se diante de certos fatos, é sinônimo de derrotismo, fraqueza.
Mas eu, a duras penas, finalmente aprendi que não.
Resignar-se ajuda a minimizar a tristeza.
É quase um balsamo aceitar que não somos senhores totais sobre o nosso destino e que sobre nós, atuam inúmeras tantas outras forças que sabem, melhor do que qualquer um, o que nos convém viver.
Claro, se soubermos utilizar bem o nosso velho livre arbítrio, com certeza evitamos muitos aborrecimentos e suas dores desnecessárias.
Aceitar o que não pode ser modificado é sinal de inteligência, não covardia.
Eu não tenho o poder de mudar o passado, ninguém tem.
Mas, quem sabe o que nos reservará o futuro, hein?